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Bad Boys: Ride or Die’ Deve Ser o Momento de Oscar para Martin Lawrence

Quase 30 anos após o lançamento de ‘Bad Boys’, os policiais rebeldes Marcus (Martin Lawrence) e Mike (Will Smith) estão de volta no quarto episódio da franquia, ‘Bad Boys: Ride or Die’, agora nos cinemas. E enquanto a maior parte da atenção pode estar em Smith (especialmente após o infame tapa no Oscar), deveria estar em Lawrence, que entrega a melhor atuação de sua carreira. E não é apenas uma ótima atuação – é seriamente digna de um Oscar.

‘Bad Boys: Ride or Die’ mostra Marcus e Mike ainda trabalhando como policiais, mas se acomodando na próxima fase de suas vidas – eles simplesmente não são mais os jovens e ágeis guerreiros que costumavam ser. A trama segue a tentativa de incriminação do ex-chefe de polícia de Mike e Marcus, Capitão Howard (Joe Pantoliano), e os esforços extraordinários dos Bad Boys para inocentá-lo. Não há fim para as peripécias que os co-roteiristas Chris Bremmer e Will Beall jogam na mistura, dando a Lawrence, em particular, uma infinidade de cenários para mostrar seus talentos excepcionais. Embora ele sempre tenha sido um ator e comediante querido, ‘Ride or Die’ permite que Lawrence traga tudo o que fez tão bem ao longo de sua carreira em um papel espetacular.

Isso se manifesta no filme quase que imediatamente. Marcus sempre foi apaixonado por lanches, e a primeira cena de ‘Ride or Die’ mostra Lawrence elevando essa paixão a alturas delirantes. Enquanto dirige para um destino importante, Marcus sente azia e implora a Mike para parar em uma loja de conveniência para comprar ginger ale. Dado um prazo apertado de 90 segundos, Marcus se joga para fora do carro para pegar uma garrafa. Isso deveria ser apenas uma cena passageira, um breve flash que nos leva do ponto A ao ponto B, mas Lawrence imediatamente a transforma em algo mais substancial. Empregando um frenesi infantil (ou talvez semelhante ao Homer Simpson), Lawrence interpreta Marcus como uma criança em uma loja de doces, olhos brilhando de espanto, boca tremendo de deleite.

Ele simplesmente não consegue resistir a um saco de Skittles – um momento relacionável – e o rasga, despejando alguns na boca antes de pagar. Seus olhos se movem freneticamente enquanto ele observa a cornucópia de guloseimas, nenhuma das quais ajudará sua azia. Ele está ficando sem tempo, mas no caixa, ele não consegue resistir ao apelo dos cachorros-quentes de um dia girando na grelha, salivando como um cão e olhando para eles em êxtase. Ele até conversa com os cachorros-quentes como se estivesse cortejando-os, como se eles fossem ficar ainda mais suculentos ao ouvir suas palavras doces. O carisma de Lawrence e sua inclinação exagerada por alimentos transformam uma cena supérflua em uma brilhante, uma habilidade notável e desenvolvida ao longo do tempo que ele faz parecer fácil. Não é apenas engraçado; é magistral.

Esse desejo interminável por risos encontra uma ótima saída na história de Marcus. Ele sobrevive a um ataque cardíaco e acredita que é invencível como resultado, permitindo que Lawrence leve seu personagem a novas alturas histéricas. A sensação de invisibilidade de Marcus alimenta sua obsessão por lanches, que leva ao seu momento mais espetacular: um tiroteio alimentado por lanches em uma boate neon.

Enquanto investigam a suposta fraude de Howard, um tiroteio começa, e Marcus se esconde atrás de uma mesa segurando uma tigela de jujubas e uma jarra de Kool-Aid. A mesa é derrubada, enviando as jujubas caindo sobre ele. O rosto de Lawrence explode de alegria, e as jujubas começam a cair em sua língua ansiosa. Em um ridículo slow-motion, Lawrence mastiga e cospe uma jujuba preta, ferindo seu ânimo. Mas quando alguém atira no Kool-Aid, um fluxo vermelho tentador flui, e Marcus bebe avidamente, reabastecendo sua confiança. Ele se levanta, pega sua arma e está pronto para lutar. É pura extravagância que deveria parecer banal e desnecessária, mas Lawrence vende o desejo de Marcus por jujubas e Kool-Aid – uma ideia ridícula, eu sei, mas ele se inclina magnificamente para o estranho.